domingo, 24 de julho de 2016

A NECESSÁRIA RENOVAÇÃO ESPIRITUAL NA VIDA DE QUEM É DE DEUS

Josué 5:1-15
Pr. Gomes Silva
INTRODUÇÃO
Depois que passou o Rio Jordão, o povo escolhido de DEUS deveria, agora, passar por uma renovação espiritual. O pacto feito anteriormente com Abraão foi novamente renovado por meio da circuncisão. Tudo agora na nova terra era pura novidade. Isso nos faz lembrar a nova vida que o crente desfruta em CRISTO, através do novo nascimento e Paulo confirma isto, dizendo: "Se alguém está em CRISTO, nova criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17b). (SCR)

I – EM GILGAL, DEUS RENOVA COM ISRAEL O PACTO POR MEIO DA CIRCUNCISÃO – vs 1-9
Na Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, encontramos esta explicação sobre o significado da circuncisão: "Uma operação no órgão masculino de reprodução”, o que nós chamamos de cirurgia de fimose, mas sem qualquer prejuízo reprodutivo para o homem.

a) A circuncisão dos filhos de Israel (vv. 5-7).
Surge, então, uma pergunta: Por que os filhos de Israel teriam que ser circuncidados?

A partir do versículo 3, as Sagradas Escrituras dizem que, todo o povo que saiu do Egito estava circuncidado, porém esses homens de guerra morreram no deserto por desobediência a Deus. Mas nenhum dos que nasceram no deserto, depois da saída do Egito, havia sido circuncidado. Era, portanto, um novo povo, uma nova nação formada por pessoas que nasceram no deserto e que não tinham sido circuncidadas.

A aliança abraâmica estava vinculada bem de perto ao símbolo da circuncisão, o que era, com efeito, a eliminação da natureza carnal (Gn 17.11) separando a nação israelita para DEUS. A criança, naquela, só recebia o nome no dia da circuncisão (Lc 2.21 - oitavo dia). Para os judeus, a circuncisão é um dos mais importantes dos seus 613 mandamentos. A circuncisão "é interpretada como sinal de aliança ou pacto entre DEUS e a nação de Israel e, por conseguinte, indispensável como sinal característico de que alguém pertence a mesma” (Gn 11.10-14); Ex 12.44-49).

Era um rito de iniciação na família de Deus, representada em Abraão, para que o indivíduo participasse dos privilégios e promessas contidas no concerto, ou pacto celebrado pelo Senhor.

b) O sentido da circuncisão na cultura e na religião.
Em cada cultura ou religião a circuncisão podia ser interpretada com um sentido diferente:
- Seria uma medida higiênica e sanitária (Heródoto).
- Seria um sinal de filiação tribal.
- Seria uma preparação para a vida conjugal (higiene e prevenção de doenças - DST).
- Seria um teste iniciatório da coragem, antes do jovem ser aceito na tribo.
- Seria um meio que santifica as faculdades procriadoras.
O sentido correto, entretanto, é aquele que aprendemos da Bíblia – Aliança entre o homem e DEUS (Batismo nas águas para nós seria o mais próximo).
Nenhum crente neo-testamentário pode ser obrigado a submeter-se a ela (At 15.3-21; cf. GI 23.3).


c) Somente podiam participar da Páscoa os circuncidados - vv. 10-12
A circuncisão e a comemoração da Páscoa marcaram os estágios finais da preparação do povo escolhido para a guerra santa que estava para acontecer na conquista de Canaã cujo povo estava tomado de extremo terror - "os moradores estão desmaiados diante de vós" - era o clamor que se ouvia por toda a parte (Js 2.9,11).
Josué além de habilidoso guerreiro, era sem dúvida um homem verdadeiramente espiritual. Santificou o povo (3.5); circuncidou os varões (5.2-9); finalmente levou o povo a participar da Páscoa (5.10-12). Assim fazendo, foi "revolvido o opróbrio do Egito" (5.9), isto é, a vergonha que levaram por mais de 40 anos como incircuncisos.


d) O sentido espiritual da circuncisão.
Paulo diz em Romanos 4.11 que a circuncisão foi dada a Abraão como "sinal e selo da justiça da fé". Isto ele quer dizer que, a verdadeira circuncisão é a "interior", isto é, "circuncisão a que é do coração, no espírito". Os verdadeiros filhos de Abraão são os circuncisos de coração (Rm 2.25-29; 1 Co 7. 19; Gl 5.2-6), a verdadeira circuncisão somente pode ser efetuada em CRISTO (Fp 3.3; CI 2.11-15). CRISTO foi ministro da circuncisão (Rm 15.8).


APLICAÇÃO
Hoje não é mais necessária a circuncisão, pois ela acontece de forma espiritual a partir do momento que a pessoa nasce da água e do Espírito e entrega a sua vida a Jesus Cristo.

Essa pessoa passa a ser uma nova criatura, santificada e justiçada pelo Senhor para o louvor de sua glória.

Saiu toda sujeira de sua vida, seus pecados foram jogados no mar de esquecimento e passa a ter uma nova identidade, cuja filiação diz que ela agora é FILHA DE DEUS, cidadã do céu.

Saia você daqui nesta noite com o coração circuncidado, transformado e cheio da graça do Deus todo-poderoso, que muda a história de quem o procura.

lI. EM GILGAL, ACONTECE A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA PELOS FILHOS DE ISRAEL – v. 10-12
Até aquele momento em Gilgal, a páscoa só havia sido celebrada duas vezes. Em Êxodo 12 e Número 9:5. E aqui acontece a terceira pela ordem (v. l0). Por muitos anos, através do deserto, o povo não celebrou a Páscoa, talvez pelo fato de não estar circuncidado.

a) A Páscoa relembrava ao povo o sofrimento do cativeiro egípcio e sua grande libertação, por meio do DEUS de seus pais.

b) A Páscoa trazia à memória do povo a significação especial da morte do verdadeiro Cordeiro, ainda por vir, mas presente pela esperança messiânica. Embora a Páscoa seja diferente da Santa Ceia, em alguns pontos apontam para a morte de CRISTO.

- A Páscoa antes - tinha um caráter prospectivo (apontava para a frente)
- A Santa Ceia encontra-se depois ­ tem um caráter retrospectivo (aponta para trás como lembrança - e para frente como esperança: "Anunciais a morte do Senhor até que venha”.

Indiscutivelmente, depois da travessia do Rio Jordão e a celebração da Páscoa, a fé e a confiança do povo foram renovadas nas promessas de DEUS!

Da mesma forma, você pode renovar sua fé, seu temor a Deus, sua dedicação ao Senhor e a sua obra e apoderar-se das promessas do Grande-Eu-Sou.

III- EM GILGAL, A NAÇÃO ELEITA COMEÇA A DESFRUTAR AS BÊNÇÃOS NA NOVA TERRA – v. 11-12
a) Comeram do trigo da terra - (v.11).

No Salmo 78.24, o maná é também chamado de trigo do céu. Aqui, porém o povo tinha de se alimentar do "Trigo da terra", uma vez que já se encontrava no lugar, a terra para onde as bênçãos divinas os aguardavam. Tanto o trigo, como o maná, representam uma só pessoa: a pessoa de CRISTO, em vários aspectos, em sua humilhação (trigo) e exaltação (maná). JESUS comparou a Si mesmo como sendo o alimento espiritual para os seus. Ele disse em Jo 6: Eu Sou:
- "o pão do céu" (v.32);
- "o pão de DEUS" (v.33);
- "o pão da vida" (v.35);
- "o pão vivo" (v.51).
Finalmente, se comparou a Si mesmo como sendo o grão de trigo caído na Terra, em Jo 12.24.

b) Cessou o maná no dia seguinte (v.12).
É interessante observar como DEUS opera. Ele somente fecha uma porta quando abre outra ainda maior na nossa vida (cf. 2 Cr 25.9; SI 84.7; Ap 3.7-8). O maná somente cessou, quando o povo começou a desfrutar do trigo. Isso é glorioso.

O maná é uma figura de CRISTO, pois Ele é o sustento da alma... Estava no deserto, mas não era do deserto. Era o pão do céu, seu sabor não era terrestre. Prefigurava CRISTO na sua exaltação aqui no mundo. Ele disse: "Eu não sou do mundo" (Jo 17.41). O trigo era "da terra". Seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era uma figura de CRISTO em sua humilhação", enfrentando todo tipo de afronta e sofrimento para salvador o pecador arrependido. Existem várias outras comparações entre o maná e CRISTO, por exemplo:

- Maná Caía de noite quando alçava o orvalho: CRISTO a luz do mundo - nasceu de noite (ÊX 16.14; Lc 2.1-8).

- Maná Era uma coisa "miúda, redonda". Fala daquele que aos olhos naturais “não tinha parecer nem formosura" (Êx 16.14; Is 53.2).

- Quando os filhos de Israel viram-no, clamaram "man hu?" (que é isto?). Com respeito a JESUS a multidão exclamou: "Quem é este?" (Ex 16.15; Mt 21.10).

- Ninguém colhia de menos, nem demais. CRISTO satisfaz a todos. Porque "CRISTO é tudo em todos" (Ex 16.11 18).

- Cheirava mal quando colhido fora de tempo. Somente os desobedientes colheram o maná fora de tempo (Êx 16. 20). CRISTO e sua Igreja são o bom cheiro suave para os que se salvam, e cheiro de morte para os que se perdem (2 Co 2.14­16). Em Ap 2.17, CRISTO oferece-nos daquilo que está oculto à maioria dos homens. O maná escondido somente para os vencedores.
c) Um guerreiro divino aparece a Josué  (vv.13-15). Temos aqui uma teofania
· Teofania e Cristofania são Termos teológicos para designar as aparições de Cristo antes de ser encarnado.
·  São denominadas aparições visíveis de Deus.
·  É um conceito de cunho teológico que significa a manifestação de Deus em algum lugar, coisa ou pessoa.
Gênesis 22:15-18; 31:11-13. Josué 5:14 ; Juízes 13:18

1. A espada desembainhada indicava provavelmente que o julgamento divino cairia em breve sobre os cananeus

2. O anjo disse para Josué: “Descalça as sandálias dos teus pés”. Isto significa: Desarmar-se de si mesmo para receber as armas de Deus.

Ex. Para sermos fortalecidos pelo Senhor e dele nos revestirmos de todas as suas armaduras é necessário que desçamos ao pó em oração, adoração, meditação na palavra de Deus e uma vida santificada. (Aleluia).

CONCLUSÃO
Portanto, amados irmãos, como vimos nesta noite, a vitória dos israelitas estava condicionada à obediência ao Senhor e a sua palavra.

Deus não apenas cumpriu as promessas que lhes fez no passado, mas assegurou-lhes novas vitórias no futuro.

Se formos submissos ao Senhor e a sua palavra, teremos as mesmas garantias, promessas e vitórias.

_________________________ Apoio bibliográfico:
Josué - Revista CPAD/ano: 2009


Apostila - História do Antigo Testamento - Instituo Teológico Superior de Missões - ITESMI