Josué 5:1-15
Pr. Gomes Silva
Pr. Gomes Silva
INTRODUÇÃO
Depois que passou o Rio Jordão,
o povo escolhido de DEUS deveria, agora, passar por uma renovação espiritual. O
pacto feito anteriormente com Abraão foi novamente renovado por meio da
circuncisão. Tudo agora na nova terra era pura novidade. Isso nos faz lembrar a
nova vida que o crente desfruta em CRISTO, através do novo nascimento e Paulo
confirma isto, dizendo: "Se alguém está em CRISTO, nova criatura é, as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17b). (SCR)
I
– EM GILGAL, DEUS RENOVA COM ISRAEL O PACTO POR MEIO DA CIRCUNCISÃO – vs 1-9
Na Enciclopédia
Histórico-Teológica da Igreja Cristã, encontramos esta explicação sobre o
significado da circuncisão: "Uma operação no órgão masculino de reprodução”,
o que nós chamamos de cirurgia de fimose, mas sem qualquer prejuízo reprodutivo
para o homem.
a)
A circuncisão dos filhos de Israel (vv. 5-7).
Surge, então, uma pergunta: Por
que os filhos de Israel teriam que ser circuncidados?
A partir do versículo 3, as
Sagradas Escrituras dizem que, todo o povo que saiu do Egito estava
circuncidado, porém esses homens de guerra morreram no deserto por
desobediência a Deus. Mas nenhum dos que nasceram no deserto, depois da saída
do Egito, havia sido circuncidado. Era, portanto, um novo povo, uma nova nação
formada por pessoas que nasceram no deserto e que não tinham sido
circuncidadas.
A aliança abraâmica estava
vinculada bem de perto ao símbolo da circuncisão, o que era, com efeito, a
eliminação da natureza carnal (Gn 17.11) separando a nação israelita para DEUS.
A criança, naquela, só recebia o nome no
dia da circuncisão (Lc 2.21 - oitavo dia). Para os judeus, a circuncisão é
um dos mais importantes dos seus 613 mandamentos. A circuncisão "é
interpretada como sinal de aliança ou pacto entre DEUS e a nação de Israel e,
por conseguinte, indispensável como sinal característico de que alguém pertence
a mesma” (Gn 11.10-14); Ex 12.44-49).
Era um rito de iniciação na
família de Deus, representada em Abraão, para que o indivíduo participasse dos
privilégios e promessas contidas no concerto, ou pacto celebrado pelo Senhor.
b)
O sentido da circuncisão na cultura e na religião.
Em cada cultura ou religião a
circuncisão podia ser interpretada com um sentido diferente:
- Seria uma medida higiênica e
sanitária (Heródoto).
- Seria um sinal de filiação
tribal.
- Seria uma preparação para a
vida conjugal (higiene e prevenção de doenças - DST).
- Seria um teste iniciatório da
coragem, antes do jovem ser aceito na tribo.
- Seria um meio que santifica
as faculdades procriadoras.
O sentido correto, entretanto,
é aquele que aprendemos da Bíblia – Aliança entre o homem e DEUS (Batismo nas
águas para nós seria o mais próximo).
Nenhum crente neo-testamentário
pode ser obrigado a submeter-se a ela (At 15.3-21; cf. GI 23.3).
c)
Somente podiam participar da Páscoa os circuncidados - vv. 10-12
A circuncisão e a comemoração
da Páscoa marcaram os estágios finais da preparação do povo escolhido para a
guerra santa que estava para acontecer na conquista de Canaã cujo povo estava
tomado de extremo terror - "os moradores estão desmaiados diante de
vós" - era o clamor que se ouvia por toda a parte (Js 2.9,11).
Josué além de habilidoso
guerreiro, era sem dúvida um homem verdadeiramente espiritual. Santificou o
povo (3.5); circuncidou os varões (5.2-9); finalmente levou o povo a participar
da Páscoa (5.10-12). Assim fazendo, foi "revolvido o opróbrio do
Egito" (5.9), isto é, a vergonha que
levaram por mais de 40 anos como incircuncisos.
d)
O sentido espiritual da circuncisão.
Paulo diz em Romanos 4.11 que a
circuncisão foi dada a Abraão como "sinal e selo da justiça da fé".
Isto ele quer dizer que, a verdadeira circuncisão é a "interior",
isto é, "circuncisão a que é do coração, no espírito". Os
verdadeiros filhos de Abraão são os circuncisos de coração (Rm 2.25-29;
1 Co 7. 19; Gl 5.2-6), a verdadeira circuncisão somente pode ser efetuada em
CRISTO (Fp 3.3; CI 2.11-15). CRISTO foi ministro da circuncisão (Rm 15.8).
APLICAÇÃO
Hoje não é mais necessária a
circuncisão, pois ela acontece de forma espiritual a partir do momento que a
pessoa nasce da água e do Espírito e entrega a sua vida a Jesus Cristo.
Essa pessoa passa a ser uma
nova criatura, santificada e justiçada pelo Senhor para o louvor de sua glória.
Saiu toda sujeira de sua vida,
seus pecados foram jogados no mar de esquecimento e passa a ter uma nova
identidade, cuja filiação diz que ela agora é FILHA DE DEUS, cidadã do céu.
Saia você daqui nesta noite com
o coração circuncidado, transformado e cheio da graça do Deus todo-poderoso,
que muda a história de quem o procura.
lI.
EM GILGAL, ACONTECE A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA PELOS FILHOS DE ISRAEL – v. 10-12
Até aquele momento em Gilgal, a
páscoa só havia sido celebrada duas vezes. Em Êxodo 12 e Número 9:5. E aqui
acontece a terceira pela ordem (v. l0). Por muitos anos, através do deserto, o
povo não celebrou a Páscoa, talvez pelo fato de não estar circuncidado.
a) A Páscoa relembrava ao povo
o sofrimento do cativeiro egípcio e sua grande libertação, por meio do DEUS de seus pais.
b) A Páscoa trazia à memória do
povo a significação especial da morte do verdadeiro Cordeiro, ainda por vir,
mas presente pela esperança messiânica. Embora a Páscoa seja diferente da Santa
Ceia, em alguns pontos apontam para a morte de CRISTO.
- A Páscoa antes - tinha um caráter
prospectivo (apontava para a frente)
- A Santa Ceia encontra-se depois tem um caráter retrospectivo (aponta para trás como lembrança - e para
frente como esperança: "Anunciais a
morte do Senhor até que venha”.
Indiscutivelmente, depois da
travessia do Rio Jordão e a celebração da Páscoa, a fé e a confiança do povo
foram renovadas nas promessas de DEUS!
Da mesma forma, você pode
renovar sua fé, seu temor a Deus, sua dedicação ao Senhor e a sua obra e
apoderar-se das promessas do Grande-Eu-Sou.
III-
EM GILGAL, A NAÇÃO ELEITA COMEÇA A DESFRUTAR AS BÊNÇÃOS NA NOVA TERRA – v. 11-12
a) Comeram do trigo da terra -
(v.11).
No Salmo 78.24, o maná é também
chamado de trigo do céu. Aqui, porém o povo tinha de se alimentar do
"Trigo da terra", uma vez que já se encontrava no lugar, a terra para
onde as bênçãos divinas os aguardavam. Tanto o trigo, como o maná, representam
uma só pessoa: a pessoa de CRISTO, em vários aspectos, em sua humilhação
(trigo) e exaltação (maná). JESUS comparou a Si mesmo como sendo o alimento
espiritual para os seus. Ele disse em Jo 6: Eu Sou:
- "o pão do céu"
(v.32);
- "o pão de DEUS"
(v.33);
- "o pão da vida"
(v.35);
- "o pão vivo"
(v.51).
Finalmente, se comparou a Si
mesmo como sendo o grão de trigo caído na Terra, em Jo 12.24.
b) Cessou o maná no dia
seguinte (v.12).
É interessante observar como DEUS opera. Ele somente fecha uma
porta quando abre outra ainda maior na nossa vida (cf. 2 Cr 25.9; SI 84.7; Ap
3.7-8). O maná somente cessou, quando o povo começou a desfrutar do trigo. Isso
é glorioso.
O maná é uma figura de CRISTO,
pois Ele é o sustento da alma... Estava no deserto, mas não era do deserto. Era
o pão do céu, seu sabor não era terrestre. Prefigurava CRISTO na sua exaltação aqui
no mundo. Ele disse: "Eu não sou do mundo" (Jo 17.41). O trigo era
"da terra". Seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era uma figura
de CRISTO em sua humilhação", enfrentando todo tipo de afronta e
sofrimento para salvador o pecador arrependido. Existem várias outras
comparações entre o maná e CRISTO, por exemplo:
- Maná Caía de noite quando
alçava o orvalho: CRISTO a luz do mundo - nasceu de noite (ÊX 16.14; Lc 2.1-8).
- Maná Era uma coisa
"miúda, redonda". Fala daquele que aos olhos naturais “não tinha
parecer nem formosura" (Êx 16.14; Is 53.2).
- Quando os filhos de Israel
viram-no, clamaram "man hu?" (que é isto?). Com respeito a JESUS a
multidão exclamou: "Quem é este?" (Ex 16.15; Mt 21.10).
- Ninguém colhia de menos, nem
demais. CRISTO satisfaz a todos. Porque "CRISTO é tudo em todos" (Ex
16.11 18).
- Cheirava mal quando colhido
fora de tempo. Somente os desobedientes colheram o maná fora de tempo (Êx 16.
20). CRISTO e sua Igreja são o bom cheiro suave para os que se salvam, e cheiro
de morte para os que se perdem (2 Co 2.1416). Em Ap 2.17, CRISTO oferece-nos
daquilo que está oculto à maioria dos homens. O maná escondido somente para os
vencedores.
c) Um guerreiro divino aparece
a Josué (vv.13-15). Temos aqui uma
teofania
· Teofania e Cristofania são Termos
teológicos para designar as aparições de Cristo antes de ser encarnado.
· São denominadas aparições visíveis de Deus.
· É um conceito de cunho teológico que
significa a manifestação de Deus em algum lugar, coisa ou pessoa.
Gênesis 22:15-18; 31:11-13.
Josué 5:14 ; Juízes 13:18
1. A espada desembainhada
indicava provavelmente que o julgamento divino cairia em breve sobre os
cananeus
2. O anjo disse para Josué: “Descalça
as sandálias dos teus pés”. Isto significa: Desarmar-se de si mesmo
para receber as armas de Deus.
Ex. Para sermos fortalecidos pelo Senhor e dele nos revestirmos de todas as
suas armaduras é necessário que desçamos ao pó em oração, adoração, meditação
na palavra de Deus e uma vida santificada. (Aleluia).
CONCLUSÃO
Portanto, amados irmãos, como
vimos nesta noite, a vitória dos israelitas estava condicionada à obediência ao
Senhor e a sua palavra.
Deus não apenas cumpriu as
promessas que lhes fez no passado, mas assegurou-lhes novas vitórias no futuro.
Se formos submissos ao Senhor e
a sua palavra, teremos as mesmas garantias, promessas e vitórias.
_________________________ Apoio bibliográfico:
Josué - Revista CPAD/ano: 2009
Apostila - História do Antigo Testamento - Instituo Teológico Superior de Missões - ITESMI